quarta-feira, 18 de junho de 2008

Empresa carioca desenvolve bioinseticida contra dengue

Produto foi criado a partir de um microorganismo que ataca a larva do mosquito transmissor da doença, o que aumenta a eficácia da substância.

A preocupação com o avanço da dengue no estado do Rio de Janeiro, onde já foram notificados
este ano mais de 32 mil casos suspeitos da doença, segundo o Ministério da Saúde, mobilizou toda a atenção do biólogo Marcelo Castilho e da engenheira agrônoma Kátia Castilho. Irmãos e sócios da empresa carioca Agribio, se juntaram para vencer o desafio de encontrar um inseticida natural contra o mosquito transmissor da doença o Aedes Aegypti. Todo o empenho deu resultado e eles acabaram por encontrar a fórmula.
Para chegar a este resultado, os pesquisadores isolaram a bactéria que estava presente na larva do mosquito, o Bacillus thuringiensis, que foi cultivada em laboratório. A bactéria do concentrado ataca a larva e produz uma toxina que se liga às células, provocando uma infecção generalizada. "Isso interrompe o ciclo da doença porque a larva sequer chega a se desenvolver e não há tempo de criar resistência ao inseticida".
Outro diferencial importante neste trabalho é que foram usados apenas exemplares de mosquitos locais. "Este detalhe é fundamental porque garante uma eficiência de 100%, já que são levadas em conta as características do meio ambiente, ao contrário do composto utilizado com bactérias importadas", afirma Kátia Castilho. "Para ser eficaz, este composto importado ainda tem que ser colocado na água, em gotas e em espaços regulares. É um sistema pouco prático", completa o biólogo.
Marcelo também não concorda com o popular 'fumacê'. "É uma fumaça de insetitica químico, pois agride o meio, além de ser de largo espectro, matando não só o mosquito da dengue, como também os insetos benéficos", afirma.

Incubação

A rapidez para produzir em grande escala e o baixo preço do bioinseticida são ressaltados por Marcelo Castilho. "O processo de incubação dura apenas de dez a 15 dias. Com 100 ml de concentrado diluído em 20 litros de água já seria uma solução suficiente para proteger uma casa pequena", informa Marcelo. Os primeiros cálculos dos pesquisadores mostram que o preço ficaria em torno de R$ 20 o litro. Além disso, como o produto é feito com bacilo vivo, o efeito residual pode durar anos, sem qualquer prejuízo para as pessoas ou para o meio ambiente'.

www.interjornal.com.br asn.interjornal.com.br

Nenhum comentário: