quarta-feira, 18 de junho de 2008

Dengue e gravidez

A dengue é uma infecção causada por um arbovírus, do qual se conhece quatro subtipos. Num estudo sobre a doença congênita, com 10 lactentes de mães que tiveram dengue na gravidez (entre a décima e a vigésima oitava semana) não se detectou infecção intra-uterina. Os soros fetais apresentaram anticorpos IgG contra dengue tipo 1, por teste imunoenzimático, provavelmente transmitidos passivamente. Esses anticorpos, analisados de forma prospectiva em 8 casos foram declinando progressivamente até desaparecem aos 8 meses de idade, anticorpos do tipo IgM contra dengue não foram detectados. O tempo gestacional normal, o índice de apgar, o peso e as placentas normais dos neonatos, bem como a ausência de malformações, foram evidências contrárias a infecção intra-uterina. Os exames clínicos das crianças, 3 e 8 meses após o nascimento mostraram esplenomegalia, micropoliadenopatia e anemia. Contudo esses são achados possíveis nessa faixa etária e, comumente, atribuíveis à infecção por outros agentes ou a problemas nutricionais, não devendo, portanto, ser relacionados a doenças congênitas por dengue. Outro trabalho, realizado na Guiana Francesa, entre 1 de janeiro de 1992 a 1 de abril de 1998, seguiu 22 gestantes com episódios febris de dengue prováveis ou confirmados. Nesse estudo, três fetos morreram após o surgimento da doença, e foram constatados três outros casos em que houve prematuridade. Todas as outras crianças tiveram exames físicos normais e em nenhum caso houve dengue febril neonatal. Então, os autores concluíram que o episódio febril de dengue na gestação não pode ser associado com qualquer malformação nos conceptos, mas pode ter sido responsável pelo aumento na taxa de mortalidade fetal, embora se admita que novos estudos devam ser realizados para que esta última hipótese seja confirmada.
A dengue não aparece se correlacionar com o aumento na taxa de malformações congênitas em fetos cujas mães estão com a doença. Contudo, a hipertemia que a doença ocasiona pode causar danos: por isso, recomendamos o uso de medidas conservadoras para diminuir as complicações.
Costumamos informar a todas as nossa pacientes sobre o risco de malformações na população em geral, que é de 3%.
Sugerimos para todas as gestantes a realização de ultra-sonografia para avaliação de morfologia fetal inicialmente entre 14 e 16 semanas de gestação e, novamente, entre 20 e 22 semanas.

Um comentário:

Unknown disse...

A.ma.do.rei esse blog!!! A iniciativa de expor esses problemas foi perfeita...